02 maio, 2007

Família Cabral na Amazônia

Alguns reclamam da falta de histórias da família Cabral. Infelizmente não conheço muitas, mas aqui vai uma que o vovô Sinésio me contou.

Em dezembro de 2006 o Vovô Sinésio Lustosa Cabral me mandou um breve relato sobre a saga da família Cabral na Amazônia. O vovô me contou que foram nessa viagem o tio Belarmino Lustosa Cabral (tio Belinho, irmão da bivó Líbia Lustosa Cabral), tio Sinésio Lustosa Cabral (irmão do bivô; o vovô Sinésio recebeu o nome dele em homenagem ao tio aventureiro, que também era primo da bivó Líbia), além do primo Alfredo Lustosa Cabral. Eles se desgarram para a Amazônia em 1897 e enriqueceram-se nos seringais. Segundo o vovô Sinésio eles tornaram-se proprietários do Seringal Lustosa Cabral. Tio Sinésio voltou para a Paraíba. Radicou-se, depois, em Duque de Caxias-RJ, onde faleceu. O primo Alfredo, já falecido, regressou para Patos-PB em 1907. Já o tio Belinho, radicou-se em Manaus, na Amazônia, onde constituiu família. A sua descendência exerce grande influência.

Andei dando uma procurada na internet, onde encontrei as datas de saída e partida do 'primo' Alfredo. Talvez o primo Alfredo tenha uma das histórias mais interessantes, que encontrei no site do escritor Flávio Sátiro Fernandes.

Alfredo Lustosa Cabral nasceu em Patos-PB, aos 14 de janeiro de 1883, filho de Silvino de Oliveira Lustosa Cabral e de Maria de Azevedo Cabral. Órfão de pai e mãe aos quatorze anos, decidiu seguir um irmão mais velho, de nome Silvino, que veio do Amazonas em março 1897, onde estava morando há 5 anos. Silvino passou uma temporada de 5 meses na casa de sua irmã, a professora Quinoca, casada com Chiquinho Sacristão.

O 'primo' Silvino quis levar o seu irmão Alfredo com ele para o Amazonas, mas os outros imãos foram contra. O primo Alfredo convenceu-os ao dizer que como era órfão ele poderia escolher com que irmão morar. E lá se foi com o seu irmão Silvino pros confins do Brasil. No Amazonas, o primo Alfredo foi seringalista, mateiro, remador, varejador de canoa, cozinheiro, regatão, agricultor e inspetor de quarteirão. Retornando à Paraíba em 1907, foi músico, vereador, rapadureiro, adjunto de promotor e professor, diplomando-se pela Escola Normal da Paraíba e exercitando o seu magistério em Patos, onde foi mestre de algumas figuras que alcançariam, depois, projeção nacional, a exemplo do Governador Ernani Sátiro e de D. Fernando Gomes dos Santos. O que mais impressiona no carácter do primo Alfredo é o fato dele nãoo se acomodar. Já na maturidade, aposentado do serviço público, ingressou na Faculdade de Medicina e Odontologia do Recife, por onde se torna odontólogo, exercendo sua profissão em Patos-PB.

A história do primo Alfredo Lustosa Cabral foi contada no livro "Dez anos no Amazonas (1897-1907), de autoria do próprio.


N
o site notícias MZn2 encontrei a seguinte história:

A CIDADE QUE ENGANOU O DIABO*

No final do século XIX Alfredo Lustosa Cabral (com apenas 14 anos de idade) resolveu viajar para o Amazonas em companhia do seu irmão Silvino Lustosa Cabral. Saíram da Vila de Patos em setembro de 1897. Viajava junto aos tropeiros Severino Belo, Xixi Rodrigues e Chaguinha da Antonica. Quando avistaram o sítio Cacimba de Areia (hoje cidade) um dos tropeiros perguntou:

- Vocês sabem a história dessa capela?

Todos balançaram a cabeça negativamente e o tropeiro continuou:

- O dono desse sítio era muito ambicioso. Trabalhava muito, mas não conseguia ficar rico. Um dia numa roda de amigos disse que para ficar rico faria até um pacto com o demônio. Contam que nessa noite o diabo apareceu e fechou o negócio: Ele ficaria rico, mas, em certo tempo, o satanás o levaria para o inferno.

Alfredo Lustosa impressionado com a conversa gaguejou:

- E aí, o que aconteceu?

- O homem ficou rico. Assombrado com o capeta valeu-se de Nossa Senhora da Conceição. Prometeu a Santa que se ela o livra-se do satanás ergueria uma capela em sua homenagem. Foi o que aconteceu. Ergueu a capelinha e nunca mais o diabo o importunou.

Um dos tropeiros que estava ouvindo a conversa acrescentou:

- É por isso que o povo costuma dizer que “EM CACIMBA DE AREIA, ATÉ O DIABO FOI ENGANADO”...

___________________________

* História contada no livro “DEZ ANOS NO AMAZONAS (1897–1907)” do vereador Alfredo Lustosa Cabral e sutilmente adaptada pelo vereador José Mota Victor.

12 comentários:

igordutra disse...

De fuder essas estorias. Existem descendentes desse primo?

Marcelo Dutra disse...

Oi Leo
Achei a estória muito interessante. Como também acho legal você divulgar esses fatos aqui no blog. Acho que vou passar meus conhecimentos para você escrever o livro da família que não sai nunca. Interesse não te falta!!!
Abraços...Marcelo

marcia disse...

Leo, querido, vc e sua curiosidade poderiam se juntar ao tio Marcelo e continuar com as pesquisas para construir a história dos Dutra. Pense nisso!!!!

Mas hj quero mesmo é lhe dar um abração de parabens pela finalização da sua tese. E agora, quais sao os planos?Fica ainda um tempo por aí trabalhando na Universidade ate Manu conluir o curso dela? Ouví falar que vcs vem pra festa da D Diva e Dr Sinesio, é verdade?
Abraço grande e que o sucesso e a alegria continuem aí, animando a vidinha de com voces. Tia Marcia

igordutra disse...

bem desatualizado o seu blog hein poliquetas...

Fátima disse...

Oi Leo,
Também achei muito interessante a história. Me chamou a atenção porque sou neta de Anibal Cabral Batista, da Paraíba, tenho muito interesse de conhecer as minhas raízes.

Marcelo Jardim disse...

Como é possível adquirir um exemplar desse livro? Há edições recentes?

Anônimo disse...

OI,SOU CRISTÓVÃO JOSÉ ALVES CABRAL,MORO EM MULUNGU-PB E MINHA DESCENDENCIA é do Sertão da Paraiba.Sou filho de Aluizio Alves Cabral e neto de João Alves Cabral. Queria saber se existe alguma possibilidade de pertencer a árvore genealógica d familia Cabral de Patos-PB.

Leo Dutra disse...

OI Cristóvão,
infelizmente não tenho muita informação sobre a família Cabral, mas eu diria que se você é da Paraíba, existe uma grande possibilidade de você pertencer a árvore genealógica da família Cabral de Patos. Um abraço,
Leo

Leo Dutra disse...

Encontrei o livro "10 anos no Amazonas" num sebo de João Pessoa

Anônimo disse...

Olá amigo, sou da familia Cbaral de Patos/PB, meu nome é Erivaldo Cabral. email: erivaldo.cabral@ifrn.edu.br.

Anônimo disse...

Gostaria de obter um Contato do Dr. Sinésio. Sou da cidade de Baixio-CE, na qual os pais dele residiram nos idos de 1940. Pesquiso a história de minha comunidade e gostaria de obter algumas informações sobre Líbia Lustosa Cabral, mãe do Dr. Sinésio, que foi uma das primeiras professoras públicas de minha comunidade e sobre o Dr. Genésio Lustosa Cabral que foi o primeiro juiz da cidade. Agradeço se alguém puder me repassar algum contato.
Hegildo Hollanda

Ka disse...

Oii sou de Fortaleza, e meu avô era Silvino César Cabral, de Patos/Paraíba. Acho que sou descendente desta familia. Meu avô paterno era neto de Silvino de Oliveira Lustosa Cabral e filho do Major Severino Cezar de Mello e Michelina Cezar de Jesus Cabral.